sábado, 14 de novembro de 2009

Pergaminho ...

Não sei ainda onde vou, não decidi de onde venho e nem por que quero chegar. Trafego a mesma linha de ontem, de um lado atua o pretexto de razoabilidade e racionalidade, e de outro, vivo uma
Veneza de canais tempestuosos, num carnaval onde a essência, é uma torturante máscara.
Passei a vida fugindo de minhas dores, e agora dói-me o pensamento, todo o raciocínio é agudo, como memórias dolorosas encravadas na terra da idéia. Minhas fronteiras não são físicas, apenas considero-as inexatas, portanto nunca delimitadas e simplesmente confusas e intraduzíveis.
Não corroboro a idéia de comportamento doentio e perverso, sou integro à candidatura de bem aventurado pelo universo, destruo meu amor próprio, desconstruindo fases e lamentos, sou ordinariamente submisso ao levante dos desejos, sobre a carne e o suor que se espalha pela geografia feminina. Desavergonhadamente atendo aos anseios da libido, das claras coxas, que aos meus instintos incendeiam, e cantam feito rouxinóis.
Não aprovo os tribunais de olhos e gestos acusadores, de semblantes fechados e reprovadores, o delito consta dos autos, não mais , se necessitam palavras testemunhais, vale o voto, diante do trejeito que exproba. Nem réu, nem vitima, unicamente observador de minha trágica e incrédula inocência. Diante do meu pequeno mundo, exposto, eu me permito não acreditar.
Defendo a identidade dos sonhos, em rabiscos poéticos e metafóricos, e pretendo que toda a dor e sofrimento, seja profundamente literal em todo o verso, nesses momentos, me faltam horas pra sonhar.
Não busco razão nem perdão, quero a execração dos itinerantes, dos que passam sem passado, sem memórias nem solidão.

Um comentário:

Isa Arth disse...

Olá, Joshua,
Seu blog é lindo! Seus textos são maravilhosos! Que fluência, que inspiração! Adorei! Beijos,
Isabela